
Setor contou altos investimentos em 2024, como o início das obras de Porto Central e o avanço para a entrega do Porto da Imetame
Por Cristiano Stefenoni
A localização estratégica e os constantes investimentos nos portos capixabas fazem do Espírito Santo uma referência nas atividades portuárias do país. São seis portos operacionais, que movimentam 25% das mercadorias importadas e exportadas no país.
Atualmente, o Estado ocupa a quarta posição nacional em “milhões de toneladas” comercializadas em seus portos.
Isso impacta diretamente o comércio exterior que atingiu – no acumulado deste ano até outubro – a marca de US$ 20,97 bilhões, ou seja, 33,82% a mais do que o mesmo período no ano passado. As exportações capixabas somaram US$ 8,91 bilhões e,as importações, US$ 12 bilhões em 2024, segundo dados da Connect Fecomércio-ES/ Comexstat.
Somente os portos de Vitória e de Vila Velha, administrados pela VPorts, fecharam o primeiro trimestre do ano com 1,8 milhão de toneladas movimentadas, alta de 27% em relação ao mesmo período de 2023. Destaque para a movimentação de veículos, que passou de 14 mil unidades ano passado para 43 mil em 2024, alta de 273%. As cargas gerais cresceram 61%, com 162 mil toneladas movimentadas.
No geral, o Porto de Vitória movimenta anualmente cerca de 7 milhões de toneladas de carga, sendo um dos principais portos de cabotagem e longo curso do país. Destacam-se ainda o Porto de Barra do Riacho e o Porto de Tubarão, um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, com uma capacidade de movimentação de até 100 milhões de toneladas por ano.
O levantamento da Connect Fecomércio-ES/ Comexstat também destaca os novos portos que ampliarão a capacidade logística do Estado, como o Porto Imetame, em Aracruz, privado e multiuso, com capacidade inicial para movimentar 12 milhões de toneladas por ano. E ainda o Porto Central, em Presidente Kennedy, com previsão de movimentação de até 25 milhões de toneladas anuais, e o Porto Petrocity, em São Mateus, voltado para cargas gerais e conteinerizadas, que pretende movimentar 6 milhões de toneladas anuais.
Contudo, o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura e Energia da Findes, Gustavo Peters Barbosa fala dos desafios enfrentados pelo setor frente a alta demanda do comércio exterior, o que exigirá mudanças significativas em obras de infraestrutura para facilitar a logística. Isso porque a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve apreciar a renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que trará investimentos que podem impactar diretamente no fluxo de cargas para os portos capixabas, além da retomada das obras de duplicação da BR-101, que estavam paralisadas e já houve entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) para o retorno do contrato.
“Em 2024 tivemos a discussão acerca da necessidade das ferrovias que cortam o Centro-Oeste brasileiro em direção ao litoral capixaba, como a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e a EF-118 que liga Vitória ao Sul do Estado. A importância do tema é que um porto depende da malha logística para alcançar sua plena capacidade de operação”, afirma o presidente.
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